“ O primeiro passo é
medir o que pode ser medido. Isso é aceitável. O segundo passo é desconsiderar
o que não pode ser medido ou, então atribuir-lhe um valor quantitativo
arbitrário. Isso é artificial e enganoso. O terceiro passo é imaginar que
aquilo que não pode ser facilmente médio não é muito importante. Isso é
cegueira. O quarto passo é dizer que aquilo que não pode ser facilmente medido,
na realidade, não existe. Isso é suicídio.”
Daniel
Yankelowvich, 1973
Citado
em Gooday (2010)
1.1.
Objetivos dos sistemas de
medição
Um sistema de medição é um conjunto de dispositivos (sensores,
circuitos, cabos, visores, equações, programas de computador e etc.) cujo
objetivo é fornecer informação sobre o valor da grandeza física que se deseja
medir, o mensurado.
Antes de prosseguir faremos algumas considerações relevantes para
abordar o assunto. Por transdutor entende-se um dispositivo capas de
transformar uma forma de energia em outra. Por exemplo, um cristal de quartzo
transforma deformação em tensão elétrica e vice-versa. Assim um dispositivo é
feito de quartzo para medição de frequência de vibração de um elemento é um
transdutor. Sensores
são uma classe de transdutores. Eles “sentem” variáveis físicas, como um
movimento, temperatura e pressão, e transformam tais grandezas em sinais
elétricos. Portanto, o dispositivo feito de quartzo é, também um sensor. Por outro,
atuadores, que transformam sinais elétricos em outras grandezas físicas, são
transdutores, mas não são sensores. Vejamos: um dispositivo de quartzo que é
utilizado como microatuador, que atual pela sua deformação decorrente de um
comando elétrico, é um transdutor. Por fim chamaremos de instrumento um sistema
que além do sensor, inclui algum processamento da saída do sensor.
Sistemas de medição podem ter as mais diversas aplicações, cumprindo,
assim, vários objetivos.
Primeiro, sistema de medição para
verificação de grandezas. Nesses casos, os sistemas de instrumentação medem
certas variáveis com a finalidade de verificar seus valores. A variável a ser
medida é o mensurando. A obtenção de uma estimativa é importante em condições
como a de monitoração, análise e projeto de sistemas: um médico que deseja
medir a temperatura ou pressão arterial de seu paciente; o engenheiro que mede
a dureza e a espessura de uma peça de aço com o intuito de verificar se as
especificações de projeto foram satisfeitas; o projetista de máquinas que mede
o conjugado e a velocidade angular do eixo, para verificar se é necessário
alterar o projeto, são demonstrações disso. Podemos dizer, nesses contextos,
que instrumentos são utilizados em malha aberta, ou seja, sem a realimentação
de saída, como ilustrado na figura 1.1 (a).
Figura 1.1 (a) – Controle em malha aberta
Figura 1.1 (b) – Exemplo de malha aberta
Figura 1.1 (c) - Controle em malha fechada
Figura 1.1 (d) – Exemplo de malha fechada
FIGURA 1.1 Operação de instrumentos. Em (a) mostra-se operação em malha
aberta. A medida não é automaticamente utilizada para influenciar o meio que se
encontra o mesurando, como em (c), que o bloco denominado regulador indica
equipamentos responsáveis por tomada de decisão e pela sua implementação.
Segundo, sistemas de medição para aplicações em malha fechada. Nesse
grupo, os sinais de saída são realimentados e utilizados em malha fechada, com
mostra a figura 1.1 (c). Alguns sistemas tomam decisões automaticamente e atuam
baseados na medição feita. Por exemplo a temperatura do vapor produzido por uma
caldeira é transmitido para um sistema de controle que verificará se a
temperatura está adequada e, caso não esteja, atuará instantaneamente no
sentido de efetuar a correção.
Um mesmo instrumento pode pertencer tanto a um grupo quanto ao outro,
dependendo da forma como é utilizado. Não há, necessariamente, diferenças
construtivas entre o sensor utilizado de um grupo para outro. Alguns, que
pertencem ao primeiro grupo, não poderiam ser utilizados no segundo. Por
exemplo, o termômetro usado pelo médico não poderia, em tese, ser aproveitado
em aplicações em malha fechada, uma vez que a leitura desse instrumento é
visual, que dificultaria sua conversão em sinal que pudesse ser realimentado de
forma automática.
Entretanto, há uma diferença significativa entre os sistemas de medição
desses dois grupos. Pelo fato de os instrumentos do primeiro destinarem-se à
medição de grandezas per se, tais instrumentos devem ter boas características estáticas.
Referências
Fundamentos de Instrumentação
Luis Antonio Aguirre
Luis Antonio Aguirre
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